QUESTÃO 1
A cadeira do dentista
Fazia dois anos que não me sentava numa cadeira de
dentista. Não que meus dentes estivessem por todo esse tempo sem reclamar um
tratamento. Cheguei a marcar várias consultas, mas começava a suar frio
folheando velhas revistas na antessala e me escafedia antes de ser atendido. Na
única ocasião em que botei o pé no gabinete do odontólogo - têm uns seis meses
-, quando ele me informou o preço do serviço, a dor transferiu-se do dente para
o bolso.
- Não quero uma dentadura em ouro com incrustações
em rubis e esmeraldas - esclareci -, só preciso tratar o canal.
- É esse o preço de um tratamento de canal!
- Tem certeza? O senhor não estará confundindo o
meu canal com o do Panamá?
Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista. O
mundo avançou nos últimos 30 anos, mas a Odontologia permanece uma atividade
medieval. Para mim não faz diferença um "pau-de-arara" ou uma cadeira
de dentista: é tudo instrumento de tortura.
Desta vez, porém, não tive como escapar. Os dentes
do lado esquerdo já tinham se transformado em meros figurantes dentro da boca.
Ao estourar o pré-molar do lado direito, fiquei restrito à linha de frente para
mastigar maminhas e picanhas. Experiência que poderia ter dado certo, caso
tivesse algum jeito para esquilo.
Qual o
assunto desse texto?
A)
Adiamento do tratamento.
B) Dores
de dentes.
C)
Instrumento de tortura.
D)
Tratamento de dentes.
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QUESTÃO 2
A melhor amiga do homem
Devemos
muito à vaca. Mas há quem a veja como inimiga. A vaca, aqui referida como a
parte pelo todo bovino, é acusada de contribuir para a degradação do ambiente e
para o aquecimento global. Cientistas atribuem ao 1,4 bilhão de cabeças de gado
existentes no mundo quase metade das emissões de metano, um dos gases
causadores do efeito estufa. Acusa-se as chifrudas de beber água demais e
ocupar um espaço precioso para a agricultura.
O truísmo
inconveniente é que homem e vaca são unha e carne. [...] Imaginar o mundo sem
vacas é como desejar um planeta livre dos homens – uma ideia, aliás, vista com
simpatia por ambientalistas menos esperançosos quanto à nossa espécie.
"Alterar radicalmente o papel dos bovinos no nosso cotidiano,
subtraindo-lhes a importância econômica, pode levá-los à extinção e colocar em
jogo um recurso que está na base da construção da humanidade e, por que não, de
seu futuro", diz o veterinário José Fernando Garcia, da Universidade
Estadual Paulista em Araçatuba,
A vaca tem um papel
econômico crucial até onde é considerada animal sagrado. Na Índia, metade da
energia doméstica vem da queima de esterco. O líder indiano Mahatma Gandhi
(1869-1948), que, como todo hindu, não comia carne bovina, escreveu: "A
mãe vaca, depois de morta, é tão útil quanto viva". Nos Estados Unidos, as
bases da superpotência foram estabelecidas quando a conquista do Oeste foi dada
por encerrada, em 1890, fazendo surgir nas Grandes Planícies americanas o maior
rebanho bovino do mundo de então. "Esse estoque permitiu que a carne se
tornasse, no século seguinte, uma fonte de proteína para as massas,
principalmente na forma de hambúrguer", escreveu Florian Werner. [...]
Comer um bom bife é uma aspiração natural e cultural. Ou seja, nem que a vaca
tussa a humanidade deixará de ser onívora.
Revista Veja. P. 90-91, 17 jun. 2009.
Fragmentado. (P120482a9_SUP)
De acordo com o autor desse
texto:
A) a agricultura é mais
preciosa do que a pecuária.
B) a dependência entre o
homem e a vaca é real.
C) a importância econômica da
vaca é unanimidade.
D) o ser humano gosta de
comer um bom bife.
C) os EUA hoje possuem o
maior rebanho bovino.
QUESTÃO3
História
da Origem dos Remédios da Mata
Os índios de antigamente, com pouco tempo que
apareceram no mundo, pensaram e discutiram juntos sobre a vida cicies dali para
frente:
─ como será quando as pessoas adoecerem:
Como vamos fazer para curar os doentes?
─ Um bocado de nós vai morrer para surgir como remédio da mata. Os
outros poderão viver usando estes remédios em que vamos nos transformar.
Yushã Kuru , uma mulher chamada Fêmea Roxa, falou assim:
─ Eu acho muito importante a idéia de vocês. Melhor é virar remédio.
Vocês poderão. Eu vou ensinar a vocês. Vou ensinar aos nossos parentes. Os
outros concordaram com essa ideia:
─ Isso é verdade. Se você conhece bem, você vai nos ensinar. Vai
ensinar para nossos filhos e nossos netos.
Yushã Kuru, a Fêmea Roxa, deu muitos conselhos e
surgiram os remédios. Uns eram venenos para matar: olho forte, Beru Paepa .
Mijo amargo, Isü Muka . Outro para coceira, Nui . A velha Fêmea Roxa observava bem
as folhas e os pés das árvores:
─ Esse mato não é remédio forte. E assim
foi. Surgiram muitos remédios, todos os remédios que têm na mata. Remédio bom
que cura as pessoas. Bom para picada de cobra, picada de escorpião, aranha,
reumatismo e fígado.
SHENIPABUM Miyui: História da origem dos remédios da mata. In: História dos antigos.
Belo Horizonte. UFMG, 2000. P. 109. Organização: Professores Indígenas do Ácre.
(Fragmentado) Adaptado: Reforma Ortografia.
De
acordo com esse texto, os remédios que tem na mata surgiram a partir do
conhecimento:
A)
dos avós.
|
B)
das pessoas
|
C)
de parentes.
|
D)
de uma índia.
|
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QUESTÃO 4
Leia
o texto e responda à questão.
LENDA BRASILEIRA
A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara:
o que saiu do mato foi o Veado Branco! Bentinho ficou pregado no chão. Quis
puxar o gatilho e não pôde.
––
Deus me perdoe!
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do
caçador e começou a comer devagarinho o cano da espingarda.
BANDEIRA, Manoel. Libertinagem da Estrela da Manhã. 5ª
ed. Nova Fronteira. PROEB/2009
A
frase “Bentinho ficou pregado no chão” indica que o personagem sentia.
A)
medo
|
B)
raiva
|
C)
medo
|
D)
tristeza
|
E)
orgulho
|
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QUESTÃO 5
CAPA
A inspiradora reportagem sobre as crises de idade nos
leva a muitas reflexões, mas acredito que a mais importante delas diz respeito
`a estrutura de personalidade que cada um desenvolve. É consenso, entre pessoas
maduras e bem estruturadas emocionalmente, que vivemos a vida de acordo com
nossa base psicológica. Por isso, é importante que, da infância até o inicio da
vida adulta, saibamos estruturar o arcabouço daquilo que seremos. Quem tem um
bom alicerce, enfrentará seguramente qualquer tipo de problema. Reinvente-se a
cada idade. (Jose Elias Alex Neto, Foz do Iguaçu – PR)
ISTOÉ, 2006.
A
palavra que marca a opinião do leitor em relação à reportagem é:
A)
Consenso
|
B)
Importante
|
C)
Inspiradora
|
D)
Seguramente
|
QUESTÃO 6
Eureka: no Polo descobri a terra
Acordamos às 6 h do dia 20 de abril
para ir a Iqaluit. Às 8 h já tínhamos
lotado o ônibus com
algumas toneladas de material e em poucos minutos estávamos no aeroporto.
Partimos às 10 h.
Enquanto voávamos na direção norte,
olhando da janela do avião, vimos o
terreno mudar
constantemente. O número de árvores diminuía cada vez mais, os lagos iam ficando
congelados e o solo, branco de neve.
Depois de três horas de voo, descemos
em Iqaluit, uma cidade de 3 mil habitantes, antigamente
um povoado de esquimós.
Anne D’Heursel. Eureka: no Polo
descobri a terra. São Paulo, FTD, 1992. Fragmento.
Esse texto pertence ao gênero
A) carta.
|
B) conto.
|
C) crônica.
|
D) relato.
|
E) sinopse.
|
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QUESTÃO 7
Art. 2º Declaração dos direitos da
criança
“A criança deve
beneficiar-se de uma proteção especial e dispor de oportunidades e serviços por
assegurado por lei e de outros meios, para que possa desenvolver-se de maneira
saudável e normal, nos planos físico, intelectual, assim como em condições de
liberdade e de dignidade. Na adoção de leis com este objetivo, a consideração
fundamental deve ser o interesse
superior da criança.”
Esse texto tem a finalidade
de:
A) explicar um artigo de lei.
B) garantir os direitos da
criança.
C) informar sobre direitos da
criança.
D) opinar sobre um artigo de
lei.
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QUESTÃO 8
Leia a tirinha abaixo.
MAS FAZER ISTO COM UM FREGUÊS?
|
SE EU VIESSE DE VEZ EM QUANDO AINDA
VAI!...
|
É PRA ISSO QUE A GENTE VAI TODO DIA À
ESCOLA
|
“Pessimo!” A PROFESSORA ME DEU OUTRA VEZ
|
De acordo com essa tirinha, o
colega de Mafalda está:
A) triste
|
B) indiferente
|
C) orgulhoso
|
D) inconformado
|
QUESTÃO 9
Texto I
Você é a favor de clones humanos?
“Sou contra. Engana-se quem pensa
que o clone seria uma cópia perfeita de um
ser humano. Ele teria a aparência, mas não a mesma personalidade. Já pensou um clone do Bon Jovi que detestasse música e
se tornasse matemático, passando horas e
horas falando sobre Hipotenusa, raiz quadrada
e subtração? Ou o clone do Brad
Pitt se tornando padre? Ou o do Tom Cavalcante se tornando um executivo sério e o do Maguila estudando balé? Estranho,
não? Mas esses clones não seriam eles,
e, sim, a sua imagem em forma de outra pessoa. No mundo, ninguém é igual. Prova disso são os gêmeos idênticos, tão
parecidos e com gostos tão diferentes. Os clones seriam como as fitas piratas:
não teriam o mesmo valor original. Se eu
fosse um clone, me sentiria muito mal cada vez que alguém falasse: ‘olha lá o
clone da fulana’. No fundo, no fundo, eu não passaria de uma cópia.”.
Alexandra F. Rosa, 16 anos, Francisco Morato, SP. (Revista Atrevida nº
34)
Texto 2
O mundo tem de aprender a lidar com
a realidade e com as inovações que acontecem. Ou seja, precisa-se sofisticar e
encontrar caminhos para os seus problemas. Assistimos à televisão, lemos
jornais e vemos que existem muitas pessoas que para sobreviver, precisam de
doadores de órgãos. Precisamos atualmente aqui no Brasil e também em outros
países a tristeza que é a falta de doadores. A clonagem seria um meio de
resolver este problema! (...)
Fabiana C.E. Aguiar, 16 anos, São Paulo, SP
Sobre “Clones Humanos”, o
texto 2, em comparação ao texto 1, apresenta uma opinião:
A) científica
|
B) complementar
|
C) contrária
|
D) preconceituosa
|
E) semelhante
|
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QUESTÃO 10
Texto 1
|
Texto 2
|
O
açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de
Ipanema
Não foi produzido
por mim
Nem surgiu dentro
do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro.
E afável ao
paladar. Como beijo de moça, água. Na pele, flor. Que se dissolve na
boca. Mas este açúcar Não foi feito por mim.
Este açúcar veio.
Da mercearia da
esquina e. Tampouco o fez o Oliveira, Dono da mercearia. Este açúcar veio.
De uma usina de
açúcar em Pernambuco. Ou no Estado do Rio. E tampouco o fez o dono
da usina.
Este açúcar era
cana. E veio dos canaviais extensos. Que não nascem por
acaso. No regaço do vale.
Em usinas
escuras, homens de vida amarga. E dura. Produziram este açúcar
FERREIRA, Gullart. Toda Poesia. Rio de
Janeiro
|
O Trabalho e o Lavrador
O que disse o pão ao
padeiro?
Antes de pão, eu fui
farinha,
Farinha que o moinho moía
Debaixo do olhar do moleiro.
O que disse a farinha ao
moleiro?
Um dia fui grão de trigo
Que o lavrador ia colhendo
E empilhando no celeiro.
O que disse o grão ao
lavrador?
Antes de trigo, fui semente,
Que tuas mãos semearam
Até que me fizesse em flor.
O que disse o lavrador às
suas mãos?
Com vocês, lavro essa terra,
Semeio o trigo, colho o
grão,
Môo a farinha e faço o pão.
E a isso tudo eu chamo
trabalho.
CAPARELLI, Sérgio. Poemas
para crianças. Porto Alegre: L&P, 2008. Adaptado: Reforma Ortográfica.
|
Os textos 1 e 2 tem em comum
o fato de:
A) contarem a história de um
pão que foi produzido por um lavrador.
B) compararem os sentimentos
que envolvem os trabalhadores urbanos.
C) denunciarem as más
condições de trabalho do homem do campo.
D) retratarem os processos
envolvidos na fabricação de um produto.
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QUESTÃO 11
ENTRELINHAS
Os 15 anos de Carol
Carol é uma
menina do Rio de Janeiro, tem 15 anos e problemas típicos de sua idade. O
livro relata as dúvidas e descobertas da garota sobre o sexo, amor,
menstruação, amizade e muitas outras coisas, além do drama que ela sofre por
nunca ter namorado ninguém.
Editora RGB
|
TODATEEN, junho de 2002, p14
|
A expressão “além do”, que
parece em “...além do drama que ela sofre por nunca ter namorado ninguém.”
Introduz uma informação:
A) nova.
|
B) contraditória.
|
C) errada.
|
D) negativa
|
E) inútil
|
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QUESTÃO 12
Naquela
sexta-feira 13, à meia-noite, teria lugar a 13ª Convenção Internacional das
Bruxas, numa ilha super-remota no Centro do Umbigo do Mundo, muito, muito
longe.
Os
preparativos para a grande reunião iam adiantados. A maioria das bruxas
participantes já se encontrava no local - cada qual mais feia e assustadora que
a outra, representando seu país de origem. Todas estavam muito alvoroçadas, ou
quase todas, porque ainda faltavam duas, das mais prestigiadas: a Witch inglesa
e a Baba-Yagá russa.
Estavam
atrasadas de tanto se enfeiarem para o evento. Quando se deram conta da demora,
alarmadíssimas, dispararam a toda, cada uma em seu veículo particular, para o
distante conclave. A noite era tempestuosa, escura como breu, com raios e
trovões em festival desenfreado.
Naquela
pressa toda, à luz instantânea de formidável relâmpago, as bruxas afobadas
perceberam de súbito que estavam em rota de colisão, em perigo iminente de se
chocarem em pleno voo! Um impacto que seria pior do que a erupção de 13
vulcões! E então, na última fração de segundo antes da batida fatal, as duas
frearam violentamente seus veículos! Mas tão de repente que a possante vassoura
de Witch se assustou e empinou como um cavalo xucro, quase derrubando sua dona.
Enquanto isso, a Baba-Yagá conseguiu desviar seu famoso pilão para um voo
rasante, por pouco não raspando o chão!
BELINY,
Tatiana. In: Era uma vez: 23 poemas, canções, contos e outros textos para
enriquecer o repertorio dos seus alunos.
Revista
Nova Escola, edição especial. V. 4, p.16.
Por que a vassoura da bruxa
inglesa empinou como um cavalo xucro?
A) Porque ela saiu
apressadíssima.
B) Porque ela freou
violentamente.
C) Porque a noite era
tempestade.
D) Porque a bruxa russa
desviou seu pilão.
QUESTÃO 13
O CORVO E A RAPOSA
Um corvo, empoleirado
sobre uma árvore, segurava em seu bico um queijo. Uma raposa, atraída pelo
cheiro, dirigiu-lhe mais ou menos as seguintes palavras:
__ Olá,
doutor corvo! Como o senhor é lindo, como o senhor me parece belo! Sem mentira,
se sua voz se assemelha a sua plumagem, então o senhor é a fênix dos habitantes
destes bosques.
Diante dessas palavras,
o corvo, não cabendo em si de contente, para mostrar sua bela voz, abriu um
grande bico e deixou cair sua presa. A raposa apoderou-se dela e disse:
__ Meu
caro senhor, aprenda que todo bajulador vive à custa de quem lhe dá ouvidos. Esta
lição vale, sem dúvida, um queijo.
O corvo, envergonhado e
confuso, jurou, um pouco tarde é verdade, que ele não cairia mais nessa.
La Fontaine. Fables, 1918
No trecho “...para mostrar
sua bela voz, abriu um grande bico e deixou cair sua presa. A raposa
apoderou-se dela...”, as palavras em destaque referem-se:
A) à voz.
|
B) ao bico.
|
C) à raposa.
|
D) ao corvo.
|
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QUESTÃO 14
A Costureira das Fadas
Depois do jantar, o príncipe levou Narizinho à casa da melhor costureira
do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até
não poder mais! Ela mesma tecia a fazenda, ela mesma inventava as modas. – Dona
Aranha – disse o príncipe – quero que faça para esta ilustre dama o vestido
mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e quero vê-la
deslumbrar a corte. Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou da fita métrica e,
ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou a tomar as medidas.
Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa com estrelinhas
douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu também peças de fita
e peças de renda e de entremeio — até carretéis de linha de seda fabricou.
MONTEIRO LOBATO, José Bento. Reinações de Narizinho. São Paulo:
Brasiliense, 1973.
A expressão vê-la se refere à
(A) Fada.
|
(B) Cinderela.
|
(C) Dona Aranha.
|
(D) Narizinho.
|
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QUESTÃO 15
O
AVENTUREIRO ULISSES
(Ulisses
Serapião Rodrigues)
Ainda tinha duzentos réis. E como eram sua única fortuna, meteu a mão no
bolso e segurou a moeda. Ficou com ela
na mão fechada.
Nesse instante estava na Avenida Celso Garcia. E sentia no peito todo o
frio da manhã.
Duzentão. Quer dizer: dois sorvetes de casquinha. Pouco. Ah! muito sofre
quem padece. Muito sofre quem padece? É uma canção de Sorocaba. Não. Não é. Então que é? Mui-to so-fre quem
pa-de-ce. Alguém dizia isto sempre. Etelvina?
Seu Cosme? Com certeza Etelvina que vivia amando toda a gente. Até ele.
Sujeitinha impossível. Só vendo o jeito de olhar dela.
Bobagens. O melhor é ir andando.
Foi.
Pé no chão é bom só na roça. Na cidade é uma porcaria. Toda a gente
estranha. É verdade. Agora é que ele reparava direito: ninguém andava descalço.
Sentiu um mal-estar horrível. As mãos a gente ainda escondia nos bolsos. Mas os
pés? Cousa horrorosa. Desafogou a cintura. Puxou as calças para baixo. Encolheu
os artelhos. Deu dez passos assim. Pipocas. Não dava jeito mesmo. Pipocas. A
gente da cidade que vá bugiar no inferno. Ajustou a cintura. Levantou as calças
acima dos tornozelos. Acintosamente. E muito vermelho foi jogando os pés na
calçada. Andando duro como se estivesse calçado.
MACHADO, Antônio de A. O aventureiro Ulisses. Contos reunidos. São Pualo:
Ática, 2002, p.122.
O enredo se desenvolve a partir da:
A) elegância do personagem.
B) alegria do personagem.
C) fome do personagem.
D) cor do personagem.
E) penúria do personagem.
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QUESTÃO 16
Tá tudo na cabeça
Os hormônios não são vilões da adolescência. Uma grande reforma cerebral
é a causa do comportamento típico de quem está crescendo.
Eles batem a porta, vivem paixões
viscerais, pulam de carros em movimento. Estão constantemente entediados e
ansiosos. Prudência e autocontrole parecem termos estrangeiros. O mundo gira em
torno de sexo, pensamento que eles não largam nem dormindo. De quem é a culpa?
Dos hormônios, diz o senso comum. Resposta errada, afirma agora a ciência. O
cérebro jovem, repentinamente atirando em uma forma geral, é a que manda essa
brincadeira. Conhecer o estica-puxa-estica dessa fase é essencial para pais e
filhos entenderem o que é a misteriosa cabeça deum adolescente.
Os hormônios sexuais, na verdade, estão
em abundância no corpo de bebês até o primeiro e o segundo anos deidade, nos
meninos e nas meninas, respectivamente. Isto prova que
não basta inundar um cérebro infantil com hormônios para
torná-los adolescentes: é preciso que esse cérebro mude para então responder a
eles. A adolescência faz exatamente isso. (...)
Não se trata apenas de um aumento de
peso e volume cerebral. Enquanto algumas estruturas de fato crescem, outras
encolhem, sofrem reorganizações químicas e estruturais, e todas acabam por
amadurecer funcionalmente. Surgem as habilidades motoras, o raciocínio
abstrato, a empatia, o aprendizado social. De posse de um cérebro pronto, nasce
um adulto responsável. Mas, até lá, adolescentes tem muito, muito mesmo que
aprender.
Galileu, Janeiro de 2006. Nº 174, p. 32-33.
A tese defendida nesse texto é:
A) os pais precisam entender o que se
passa com adolescentes.
B) os adolescentes desconhecem regras
básicas de socialização.
C) os adolescentes pensam em sexo até
quando estão dormindo.
D) os hormônios sexuais estão presentes até o segundo ano de vida.
E) o cérebro, em mudança, é o
responsável pelos atos dos adolescentes.
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QUESTÃO 17
GATO PORTÁTIL
Bichanos de apartamento não são condenados a viver confinados. “Embora
seja comum os gatos ficarem nervosos e terem medo de sair de casa nas primeiras
vezes, é possível costumá-los a ser sociáveis, a passear e até viajar com seus
donos numa boa”, afirma Hannelore Fuchs, veterinária especialista em
comportamento, de São Paulo. “Basta começar cedo o treinamento e fazê-los aos
poucos.” Hannelore conta que tem um gato que adora passear de carro e que vira
e mexe vai para praia com ela. “Isso promove o enriquecimento do cotidiano do
bicho, o que é sempre externamente positivo”, assegura. “Na Europa e nos EUA,
onde os gatos são cada vez mais populares, essa já é uma prática bastante
difundida.”
É um argumento que
apoia a tese defendida pelo autor desse texto:
A) Basta começar cedo
o treinamento e fazê-lo aos poucos.
B) Os gatos ficam
nervosos e têm medo de sair de casa.
C) Na Europa e nos
EUA, onde os gatos são populares.
D) Hannelore é
veterinária especialista em comportamento.
QUESTÃO 18
A porcentagem de tipos sanguíneos varia em diferentes grupos
populacionais. Muitos povos indígenas, como várias tribos da América, não
possuem o tipo B. No Brasil, os tipos O e A respondem, juntos, por quase 90%
dos habitantes. Uma provável explicação para esse fenômeno está em pesquisas
ainda não conclusivas: elas indicam que algumas doenças são mais comuns em
determinados tipos sanguíneos. O câncer de estômago, por exemplo, seria mais
frequente em pessoas com sangue tipo A; a pneumonia e certos tipos de anemia,
no tipo B. Conforme certas epidemias se tornam mais frequentes, elas matam mais
pessoas de certo tipo sanguíneo – e sobra mais gente dos outros.
É fundamental no
texto a ideia que:
A) as epidemias se
espalharam por causa dos grupos sanguíneos.
B) os tipos sanguíneos
variam de grupo para grupo populacional.
C) os povos indígenas
não possuem sangue tipo B.
D) os tipos
sanguíneos A e B são menos propícios a doenças.
E) os brasileiros
possuem mais sangue do tipo O e A.
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QUESTÃO 19
O efeito de humor dessa tirinha está
A) na ordem que o Hagar deu ao amigo.
B) na expressão de espanto do amigo.
C) na obediência à ordem do Hagar.
D) no alívio que o amigo sentiu ao sair.
E) no duplo sentido do verbo “pescar”.
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QUESTÃO 20
Além da imaginação.
“Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina entre uma refeição
e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina entre o chuveiro e
a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina entre a receita
e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina entre o
pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina entre o
passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina entre o presente
e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina entre a escola e a
novela.
Tem gente que existe e parece imaginação.”
TAVARES, Ulisses,
1977.
No final desse texto, a expressão “parece imaginação” sugere que as
pessoas muito necessitadas:
A) incomodam a sociedade.
B) precisa de ajuda material.
C) provocam sentimento de culpa.
D) são socialmente invisíveis.
E) sobrevivem aos problemas.
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QUESTÃO 21
Sua memória vale ouro.
Atire a primeira pedra quem nunca sofreu
constrangimento ou aflição por esquecer um nome, uma data ou um assunto. O
problema, que parece simples, agrava-se de forma preocupante, principalmente
entre os mais jovens. Uma pesquisa revelou que pessoas, mesmo de pouca idade,
ao serem obrigados a exercitar várias tarefas em pouco espaço de tempo, sofreram
danos na memória. São os famosos brancos.
É frequente o caso dos que se preparam
arduamente para concursos ou provas e, no dia dos exames, estão tão nervosos
que não conseguem bom desempenho. Segundo o professor titular de Nurobiologia
da Memória da Universidade de Brasília, Carlos Tomaz, algumas experiências
podem ser tão traumáticas que chegam a provocar uma espécie de amnésia
(incapacidade de reter informação). "É a chamada síndrome do stress pós-traumático,
que ocorre após atos de violência. A mente se defende, fazendo a memória não
registrar o fato que ocasionou o trauma."
Na frase "É a chamada síndrome do stress pós traumático, que ocorre
após atos de violência." , o uso das aspas indica:
A) introdução de um diálogo.
B) reprodução de uma citação.
C) existência de uma crítica.
D) critica uma opinião.
E) presença de gíria.
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QUESTÃO 22
Israelense cria
frango sem penas
Um frango
transgênico, sem penas, com a pele vermelha e a carne menos gordurosa foi
criado nos laboratórios da Universidade Hebraica de Jerusalém.
O geneticista Avigdor
Cahaner cruzou um pequeno pássaro sem penas com uma ave de granja e obteve o
frango careca, maior e mais saudável.
"As aves
consomem muita energia para crescer, mas no processo geram muito calor, do qual
se livram, impedindo que a temperatura do corpo se eleve tanto que as
mate", explicou Avigdor. Por isso, o crescimento das aves de granja é mais
lento no verão e nos países quentes.
Se não tiverem penas,
as aves podem redirecionar a energia para se desenvolver, e não mais para
manter a temperatura suportável.
"As penas são um
desperdício, exceto nos climas mais frios onde protegem as aves",
concluiu.
As penas são um desperdício para os
frangos por que:
A) superaquecem as aves em todos os
climas.
B) refrescam as aves em climas
quentes.
C) impedem que as aves produzam
energia.
D) limitam o crescimento das aves.
E) atrapalham o movimento das aves.
QUESTÃO
23
O
alho bento
Mané Frajola não tinha um
centavo. Jurou que ia dar jeito na vida. E deu. Catou uma réstia de alho e saiu
pro mundo, apregoando:
– Alho bento! Olha o alho
bento!
Parou uma velha.
– Alho bento? Serve prá que?
– Isso aqui tira quebranto,
olho gordo, azá de 7 anos. É só mordê, comê metade e passá a outra metade em
cima do coração!
A velha levou um dentinho, a
peso de ouro. Depois veio um velho. Repetiu a pergunta, ouviu a mesma resposta.
Levou! De crédulo em crédulo, Mané Frajola vendeu a réstia toda, até o final da
manhã. Estava com os cobres. Mas aí veio o Conde Drácula, chegado da
Transilvânia e não gostou da história. Aquela cidade toda cheirava a alho.
Resultado: Mané Frajola foi contratado como copeiro do Conde para ganhar
dinheiro e parar de vender alho bento. Milagre só acontece quando a prosa do
contador de causo padece!
O modo como falam
indica que os personagens dessa história são pessoas que:
A) vivem no campo
B) vivem em outro
país
C) falam gírias de
jovens
D) falam trocando
letras