sábado, 24 de agosto de 2019


A ARTE DO ACOLHIMENTO
Borres Guilouski
            Se olharmos com mais atenção para o mundo que nos cerca, vamos perceber a riqueza das diferenças dos seres na natureza. Cada ser, seja pessoa, animal, árvore, rio, estrela, montanha, flor ou pedra, possui suas próprias características e sua própria essência. A isso chamamos de singularidade, pois cada um é único no Universo, é singular, não existe um outro totalmente semelhante ou igual, embora muitos possam ser parecidos, ainda assim há detalhes que os tornam diferentes uns dos outros.
            Vivemos num mundo de diversidade. A diversidade torna o nosso mundo rico e variado. Querer que todos sejam iguais, empobrece o nosso modo de viver, limitando a possibilidade da criatividade, da expressão, do novo e do diferente.
            Em relação às pessoas, essa pluralidade se manifesta no modo ou jeito de ser de cada um, de pensar, de acreditar, de compreender o mundo e de viver a vida, a partir de uma determinada cultura, tradição, religião ou filosofia de vida.
            Existem os que acham que somente a sua religião ou Igreja é a dona exclusiva da verdade, que o seu modo de ver o mundo, de acreditar e cultuar a Deus, de interpretar o Livro Sagrado, é o melhor e o mais verdadeiro, por isso, consideram as outras formas de crença não verdadeiras e até inferiores, tratando-as com preconceito e discriminação. Querem, muitas vezes, converter e convencer os outros a aderirem ao seu modo de pensar ou acreditar. Gente que tem essa postura de intolerância, geralmente, não teve oportunidade de refletir um pouco para compreender que Deus, o Universo e a Vida é bem maior do que as nossas convicções, experiências e crenças, a partir das quais muitas vezes, limitamos a nossa visão e compreensão sobre a Grande Vida da qual fazemos parte. Na essência, ninguém está separado desta Grande Vida, apesar das diferenças, sejam elas quais forem. Está por chegar o dia em que a Humanidade finalmente compreenderá, que por meio do Amor Incondicional, todos, não importa a cultura, a religião ou igreja, podemos ser uma grande família. Então, a paz em nosso mundo, será uma realidade.
            A vida se expressa na diversidade, sem perder de vista o equilíbrio na unidade do TODO, portanto, a própria vida nos desafia a sairmos de nós mesmos, e nos abrirmos para o outro, para o novo, para o diferente, sem receio de perdermos as raízes de nossa própria identidade, seja ela pessoal, cultural ou religiosa.
            Saber respeitar e valorizar as diferenças são atitudes a serem desenvolvidas por cada um de nós, a partir do diálogo, da reflexão, do estudo, buscando superar os preconceitos e mudar para melhor o nosso modo de ser, de pensar e de agir em relação a nós mesmos e aos outros.
            Precisamos aprender a ter um olhar de respeito, compaixão e afeto para com o outro, seja esse outro uma pessoa, um grupo religioso ou étnico. Conviver harmoniosamente com as diferenças é cultivar a arte do acolhimento.

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