A ARTE
DO ACOLHIMENTO
Borres Guilouski
Se olharmos com mais atenção para o mundo que nos cerca,
vamos perceber a riqueza das diferenças dos seres na natureza. Cada ser, seja
pessoa, animal, árvore, rio, estrela, montanha, flor ou pedra, possui suas próprias
características e sua própria essência. A isso chamamos de singularidade, pois
cada um é único no Universo, é singular, não existe um outro totalmente
semelhante ou igual, embora muitos possam ser parecidos, ainda assim há
detalhes que os tornam diferentes uns dos outros.
Vivemos num mundo de diversidade. A diversidade torna o
nosso mundo rico e variado. Querer que todos sejam iguais, empobrece o nosso
modo de viver, limitando a possibilidade da criatividade, da expressão, do novo
e do diferente.
Em relação às pessoas, essa pluralidade se manifesta no
modo ou jeito de ser de cada um, de pensar, de acreditar, de compreender o
mundo e de viver a vida, a partir de uma determinada cultura, tradição,
religião ou filosofia de vida.
Existem os que acham que somente a sua religião ou Igreja
é a dona exclusiva da verdade, que o seu modo de ver o mundo, de acreditar e
cultuar a Deus, de interpretar o Livro Sagrado, é o melhor e o mais verdadeiro,
por isso, consideram as outras formas de crença não verdadeiras e até
inferiores, tratando-as com preconceito e discriminação. Querem, muitas vezes,
converter e convencer os outros a aderirem ao seu modo de pensar ou acreditar.
Gente que tem essa postura de intolerância, geralmente, não teve oportunidade
de refletir um pouco para compreender que Deus, o Universo e a Vida é bem maior
do que as nossas convicções, experiências e crenças, a partir das quais muitas
vezes, limitamos a nossa visão e compreensão sobre a Grande Vida da qual
fazemos parte. Na essência, ninguém está separado desta Grande Vida, apesar das
diferenças, sejam elas quais forem. Está por chegar o dia em que a Humanidade
finalmente compreenderá, que por meio do Amor Incondicional, todos, não importa
a cultura, a religião ou igreja, podemos ser uma grande família. Então, a paz
em nosso mundo, será uma realidade.
A vida se expressa na diversidade, sem perder de vista o
equilíbrio na unidade do TODO, portanto, a própria vida nos desafia a sairmos
de nós mesmos, e nos abrirmos para o outro, para o novo, para o diferente, sem
receio de perdermos as raízes de nossa própria identidade, seja ela pessoal,
cultural ou religiosa.
Saber respeitar e valorizar as diferenças são atitudes a
serem desenvolvidas por cada um de nós, a partir do diálogo, da reflexão, do estudo,
buscando superar os preconceitos e mudar para melhor o nosso modo de ser, de
pensar e de agir em relação a nós mesmos e aos outros.
Precisamos aprender a ter um olhar de respeito, compaixão
e afeto para com o outro, seja esse outro uma pessoa, um grupo religioso ou
étnico. Conviver harmoniosamente com as diferenças é cultivar a arte do
acolhimento.
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